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Suposta união para projeto de “peso real” entre Argentina e Brasil é negada por Banco Central

Na manhã da última sexta-feira, 07, foi declarado pelo Banco Central que a suspeita de união entre Argentina e Brasil para criação da “moeda real” não é verdadeira.

A declaração vai contra o comentário feito pelo presidente Bolsonaro essa semana, no qual dizia que “O sonho de ter uma moeda única em região Mercosul, tinha o primeiro passo realizado por Paulo Guedes, até então ministro da economia, onde a moeda será denominada como peso real”.

“Não há estudos ou projetos para realização de uma união monetária com o país, o Banco Central não está pensando nessa hipótese. O que temos até o momento são os diálogos relacionados a estabilidade em macroeconomia, relações entre os parceiros, debates sobre a redução do risco, fortalecimento e da vulnerabilidade da instituição”, garantiu o Banco Central do Brasil.

Nicolás Dujovne, ministro de finança na Argentina, disse que “não existem prazos concretizados”, pois este será um projeto em longo prazo. Ele foi entrevistado na Rádio Mitre, em que fez explicações sobre o caso “É preciso que o Brasil e Argentina estejam mais integrados com a possibilidade de abertura na economia, tanto entre si quanto com o restante do mundo”. O ministro ainda mencionou que a possibilidade de criar o “peso real” é uma forma de conquistar estabilidade e melhoria comercial entre ambos os países, mas que por enquanto é “apenas uma ideia”.  

“Meu colega e ministro de economia do Brasil, Paulo Guedes, já conversamos a respeito antes, mas no momento isso é apenas uma ideia compartilhada. Nossos países dependem da exportação e commodities e as moedas são movimentadas em correlação de eventos que acontecem internacionalmente. A ideia de gerar estabilidade levaria os países a um maior comércio, baixa inflação e maior desenvolvimento”, comentou o ministro da Argentina.

A repercussão do peso real tomou forte iniciação após uma publicação de Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara de Deputados, o qual fez uma crítica relacionada ao assunto em uma publicação que realizou em seu perfil na rede social Twitter: “Será? Dólar valer R$ 6,00? Inflação Voltar? Espero que isso não aconteça”.

A ideia de ter uma moeda entre as duas economias nasceu com o Mercosul no ano de 1991, no entanto, devido a falta da coordenação macroeconômica entre ambos não foi possível realizar a convergência no ano de 1997.

O membro do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Fabio Giambiagi, também integrante do Conselho Superior de Economia Fiesp, havia apresentado a proposta de um cronograma que apoiava a integração das moedas entre não só a Argentina e Brasil, mas Paraguai e Uruguai, além de abrir oportunidade a outros que tivessem interesse na ideia. De acordo com seu plano, era para medida ter sido realizada no ano de 2002 e começasse a entrar em vigor no ano de 2012.