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Auditor da Receita é preso em operação da Polícia Federal

Em uma operação conjunta a Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) na cidade do Rio de Janeiro foram cumpridos 11 mandados contra auditores e analistas da Receita Federal. Eles são suspeitos de integrar um esquema de extorsão de dinheiro de envolvidos na Operação Lava a Jato.

Os suspeitos atuavam da seguinte forma: exigiam dinheiro em troca do cancelamento de multas por sonegação fiscal. Um dos principais suspeitos de atuação é o auditor da Receita Federal, Marco Aurélio Canal, que é apontado como uns dos chefes do esquema.

A polícia destacou que os investigados não participavam ativamente de ações de investigação da Lava Jato. O que os presos faziam era analisar casos que envolviam as questões fiscais e que tinha alguma relação com a operação.

Marco Aurélio Canal é investigado por cobrar R$ 4 milhões para evitar que fosse iniciado um processo de infração contra uma federação de empresa de transportes. Após o pagamento da propina a multa seria cancelada.

Histórico do servidor

O auditor fiscal é servidor da Receita Federal desde o ano de 1995 e ganha cerca de R$20 mil por mês. A investigação identificou uma rede que atuava lavando dinheiro e trabalhando para evitar que valores de acertos fiscais fossem cobrados.

Além de Canal, os agentes prenderam preventivamente nove pessoas cumprindo mandato de cinco prisões temporárias e mais de trinta mandados de busca e apreensão. Todos eles no estado do Rio de Janeiro. São alvos também de mandados de prisão pessoas que ajudaram Canal na ocultação e dissimulação dos valores, bem como outros servidores do órgão envolvidos em atos de corrupção.

O esquema

O modo de ação da quadrilha foi descoberto pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro quando um dos colaboradores da operação Lava Jato destacou que foi procurado por um grupo de auditores fiscais que exigiam dinheiro para esconder ações fiscais irregulares. Assim, boa parte do dinheiro que era devido em multa por esse empresário (avaliado em milhões) seria “ perdoado”.

O Juiz Marcelo Bretas deu a autorização para que fossem realizadas operações para monitorar de forma discreta essas negociações e, assim, foi descoberta a fraude.

Como funcionava a quadrilha

Em primeiro lugar, Marcos Canal recebia as informações sobre a operação Lava Jato. Ao ter acesso aos dossiês iniciava um cruzamento de dados com os dados da Receita Federal para analisar os dados e planejar como agir.

A Receita Federal iniciava um processo de notificação para aquelas pessoas que estavam com irregularidades. O valor dessas multas era de muitos milhões de reais.

Ao procurar a Receita Federal, as vítimas eram abordadas para que pagassem um valor em dinheiro com a finalidade cancelar a multa e a fiscalização.

Quem informou sobre esse procedimento adotado pelos investigados foi um dos delatores da operação Lava Jato chamado Ricardo Siqueira. Somente em um dos endereços ligados a Marco Aurélio Canal foram encontrados mais de R$ 300 mil. Na casa do ex-auditor fiscal Elizeu Marinho , outro investigado pela operação, foram apreendidos mais de R$ 100 mil em espécie.

Um dos auditores fiscais presos foi Leônidas Quaresma, que frequentemente aparecia em programas da Rede Globo para tirar dúvidas sobre Imposto de Renda e demais assuntos fiscais.

O auditor fiscal Marco Aurélio Canal atuava de forma específica como supervisor de programação da Receita Federal. Essa instituição é responsável por devolver aos cofres públicos os casos de sonegação do fisco. Atuando com chefe, o auditor possui informações privilegiadas sobre a Operação Lava Jato. Foi por esse motivo que a Polícia Federal considerou que ele possuía papel de grande importância dentro da quadrilha.

Sobre a operação Lava Jato

Iniciada no ano de 2014, a operação recebeu esse nome em função do uso de uma rede de postos de combustíveis para a lavagem de dinheiro. É considerada a maior investigação desse estilo em todo o Brasil. Após anos de investigação, a Lava jato já conseguiu desbaratar diversas organizações criminosas.