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Levy deixa o cargo da presidência no BNDES, após ameaça pública

Paulo Guedes defendeu Levy, mas não o queria na presidência do BNDES

Neste domingo, 16, pediu demissão do cargo de presidente do BNDES, depois de uma ameaça pública.

Três auxiliares que fazem parte da equipe do governo e o presidente Jair Bolsano, cobraram explicações de Paulo Guedes, ministro da Economia, quando o nome do ex-ministro da fazenda da ex-presidente Dilma Roussef e Sérgio Cabral, ex-secretário da Fazenda, começaram a aparecer nos noticiários em relação a presidência do banco.

Bolsonaro disse a Paula Guedes que ele “escolhei a pessoa errada para o cargo”, ao se reunir com o ministro e os auxiliares da sua confiança. Nesses seis meses em que Levy assumiu o cargo, tiveram diversos atritos de funcionários com o governo.  

Uma das preocupações de Jair Bolsonaro relacionado a Levy, era a participação do gestor do BNDES no jantar “festa do guardanapo” que foi realizado em Paris e custou mais de R$ 1 milhão, quando Cabral recebeu a condecoração do governo da França. A foto tirada no jantar passou a ser o símbolo de “farra de corrupção”.

Paulo Guedes pediu que o presidente do Brasil, se reunisse com ele em particular e defendeu Levy, ex-ministro do partido PT, que é um dos executivos prestigiado e influente internacionalmente. Segundo ele, Levy poderia ajudar com os investimentos na infraestrutura que poderia contribuir de forma significativa para o crescimento no setor econômico do Brasil.

Guedes fez uma ligação para que Bolsonaro conversasse com Levy, que explicou estar servindo o país há muitos governos. Depois disso, Levy foi nomeado pelo ministro da economia e por Bolsonaro em seu cargo como presidente do BNDES.

No entanto, as coisas não correram como o previsto, pois Bolsonaro e seus filhos estavam sempre dando indiretas a Levy em suas publicações nas redes sociais, como o assunto que repetiam diversas vezes: É necessário abrir a “caixa preta”do BNDES.

A caixa preta foi um marco do governo petista pela realização de empréstimos bilionários para empresas que estavam envolvidas nos casos de corrupção.

Jair Bolsonaro cobrava de Levy uma posição mais firme relacionada aos empréstimos concedidos para obras realizadas em Cuba, Angola, Venezula e Moçambique, as quais foram realizados no governo petista e que não estão sendo honrados atualmente.

Levy insistiu que tudo o que tinha fora mostrado, além de ter realizado perguntas e respostas que não agradaram Bolsonaro e seus auxiliares, os quais cobraram que a “caixa preta” fosse aberta.

No mês de Março, Paulo Guedes se mostrou arrependido de ter indicado levy para o cargo e começou a cogitar a transferência do mesmo para algum posto fora do Brasil. O ministro da Economia se mostrou insatisfeito com a resistência de Levy em não devolver os empréstimos de forma antecipada.

Após a cobrança pública do empréstimo feito por Waldery Rodrigues, secretário especial da Fazenda, no valor de mais de R$ 120 bilhões, na entrevista realizada para o jornal do Estado de S. Paulo, para o ministro Guedes, o dinheiro do banco é importante para reduzir a dívida como dita na promessa de campanha, o que é difícil de realizar em relação ao avanço dos gastos. O que seria um caminho mais rápido e sem tanta dificuldade.

Além disso, Guedes estava insatisfeito com o ritmo na venda dos ativos do BNDES, uma vez que Levy dizia precisar de recursos para retomar a demanda e que não poderia vender as participações por qualquer oferta.

Levy não percebeu que o ministro pretender reduzir o tamanho do BNDES, mas a situação piorou depois que ele criou contra a orientação de Guedes, duas diretorias.

“O que esperava dele era que fosse ágil em mostrar aos funcionários o novo tamanho do banco e esclarecer o quanto as devoluções e pagamento ao Tesouro são importantes”, disse Guedes.

Levy não conseguiu administrar dessa forma ou simplesmente não for devido as suas convicções. Mas, mesmo assim, não tem justificativa a demissão pública atacada com críticas.

Bolsonaro usou do método de forçar a situação até que fique insustentável para o subordinado solicitar sua demissão.

Agora, seja quem for o sucesso do ex-presidente do BNDES, ele assumirá um grande desafio, principalmente diante do avanço do CPI e BNDES no Congresso Nacional. Vai se deparar com a resistência dos atuais funcionários e a “o trono de ferro” do tão cobiçado cargo.